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Pela Paz! For Peace! Pour la Paix!

(1849–1939)

by Maria Manuela Tavares Ribeiro (Volume editor) Maria Fernanda Rollo (Volume editor) Isabel Maria Freitas Valente (Volume editor)
©2015 Edited Collection 389 Pages
Series: Euroclio, Volume 85

Summary

Peace is generally defined as a state of non-belligerency between states. This means that it is defined negatively as the absence of war. So is peace just a pause between two wars?
In French, the term is significant: peace is considered a slice of life between two conflicts. Thus, we speak of the early 20th century as the «Belle Époque» and we talk about the «interwar period», which implies the failure of peace.
Twenty years after the end of the Great War, another, even more terrible conflict began. At the same time, an inversion of values took place in European minds that along with the horrors of war made it very difficult for any Franco-German reconciliation to take place. We would have to wait for the end of the Second World War and its consequences to speak of peace as a realistic utopia.
This volume brings together a number of articles in Portuguese, French and English – on topics such as «thinking peace», intellectuals and peace, federalism and universalism, religiosity and secularism, women and peace, and campaigns and mobility – from many prestigious experts and young researchers. They bring new ways of thinking and interdisciplinary perspectives, and provide an attentive, critical reading of the core subject. This volume proposes to substantiate concepts, projects, movements, speeches, images and representations, and to deepen the knowledge of the key personalities who thought about peace between 1849 and 1939.

Table Of Contents

  • Cover
  • Title
  • Copyright
  • About the author
  • About the book
  • This eBook can be cited
  • Índice / Table of Contents / Table des matières
  • Prefácio
  • Introduction
  • La « Belle-Époque » du mouvement de la paix à Paris, à la veille de la Grande Guerre. Discours et pratiques pacifistes et antimilitaristes pendant les guerres balkaniques de 1912-1913
  • Lectures de la Grande Guerre sous le prisme de la réconciliation. L’exemple de la commémoration de l’Armistice du 11 novembre 1918 après Locarno (1925-1932)
  • Un pacifisme armé : la Suisse et la guerre civile espagnole entre neutralité, antifascisme et action humanitaire (1936-1939)
  • Guerra Total e Abolição da Guerra. Para uma genealogia do conceito de segurança
  • Da Liga Portuguesa Contra a Guerra e o Fascismo à Frente Popular Portuguesa. “Pela Paz!”, entre guerras
  • A ação pacifista e antimilitarista. Um paiol de ideias contra a guerra
  • “Pela Paz”! Os Estados Unidos da Europa. Ecos do Ideal Europeu de Victor Hugo em Portugal
  • Tolstoy’s Influence on International Pacifism (1914-1928)
  • Léon Bourgeois, apports et mémoires d’un théoricien de la paix et de la Société des Nations
  • Guerrilha pela Paz. Iniciativas pacifistas durante a Grande Guerra
  • “Lições da História”: Augusto de Castro e as propostas de paz de 1917
  • Norton de Matos. Obreiro da Guerra e Arauto da Paz,
  • Federalismo e universalismo em Proudhon
  • Alves da Veiga (1849-1924). O federalismo como garante da paz social
  • Pacifist and pro-European Italian socialism between the two World Wars. G.E. Modigliani’s proposals and requests in the international context
  • O pacifismo feminino, feminista e antifascista em Portugal enquanto construção da cidadania das mulheres (1899-1935)
  • Pacifismo e feminismo em Portugal nas vésperas da 1ª guerra mundial
  • Women, Pacifism, and the Pan-European Union. Searching for Support in Weimar Political Culture
  • Prise de parole au féminin. Pétitions et lettres pour le désarmement chez les femmes françaises (1931-1932)
  • Discursos europeístas sob a égide do III Reich. Entre a propaganda e a prática
  • Glórias e misérias da paz pelo direito. As conferências de Haia de 1899 e 1907
  • Despertar as mentes, difundir a paz. Propaganda e educação pacifista nos Congressos Universais de Paz (1889-1939)
  • Paz e Pacifismo na Imprensa Militar. Paradoxo ou realidade
  • “No more war!” Pacifist War Veterans in Germany, 1918-1923
  • Series Index

Prefácio

É a Emmanuel Kant que se deve uma fundamentada teoria racional da paz que antecipa nas grandes linhas não só os temas mas também as soluções elaboradas no quadro da construção europeia. Os seus pressupostos doutrinários de uma federação internacional e das condições racionais da paz permanecem largamente pertinentes mais de dois séculos após a publicação do seu Projecto de Paz Perpétua em 1795.

A interpretação do célebre texto kantiano é ainda hoje um campo aberto que nos convida a uma profunda reflexão. Na verdade, Kant é na nossa contemporaneidade uma fonte de pesquisa do pensamento político internacionalista e europeísta.

A questão dos direitos do homem, ou melhor, da garantia dos direitos do homem, liga-se estreitamente à da democracia e à da paz. Garantia esta que está na base das instituições democráticas. A paz é, como bem se sabe, um pressuposto necessário do reconhecimento e da garantia dos direitos do homem em cada Estado e no sistema internacional.

O século XIX oferece um significativo interesse historiográfico e conceptual para analisar as relações entre as ideias de nação e de Estado, de paz internacional e de unidade europeia.

A história do final de Oitocentos provaria que não são inconciliáveis.

A reflexão sobre a paz e sobre a ideia de Europa foi incentivada no quadro das forças republicanas e democratas sob o impulso dos movimentos que se disseminaram pela Europa em 1848 e 1849. Teve lugar então um aceso debate alicerçado na relação da resolução liberal, democrática e da paz internacional.

O movimento pacifista levou o seu tempo a construir-se, a criar as suas redes, a publicitar-se pela imprensa ou pela edição. O século XIX foi marcado por uma significativa agitação pacifista. Um dos seus arautos foi Victor Hugo que proclamou em 1849 no Congresso da Paz, em Paris, a sua fé nos Estados Unidos da Europa. Foi neste Congresso da Paz que Victor Hugo transmitiu à posteridade um dos discursos marcantes sobre os Estados Unidos da Europa e da Paz. O filósofo Théodore Ruyssen qualifica-o como o mais representativo da literatura pacifista francesa e muitos referem-no frequentemente em momentos gloriosos e nos momentos mais sombrios. ← 11 | 12 →

Na segunda metade do século XIX e nos inícios do século XX as ideias de paz dominavam as preocupações dos cidadãos. O século XX responderia a esse desejo de Victor Hugo?

O fim do século XIX foi um período de intensa organização de todos os sectores da vida nacional e internacional: políticos, universitários, das instituições, das mulheres, dos jovens. Os movimentos pacifistas ganharam então particular fulgor. Sucederam-se os Congressos de Paz. Lembrem-se as Conferências de Paz de Haia de 1899 e de 1907.

O crescendo dos conflitos é perceptível nos três anos que precedem 1914. Com a Primeira Guerra Mundial, que tentativas de paz? Esta “Guerra Civil” tinha cavado um profundo fosso no seio do movimento internacional para a paz ente os pacifistas. Que paz depois da Primeira Grande Guerra? Que movimentos e actores lutaram pela Paz no período entre Guerras?

O pacifismo europeu, como bem se sabe, é plural. Como é que a efervescência pacifista das últimas décadas do século XIX e dos inícios do século XX coexiste com o deflagrar dos Grandes Conflitos Mundiais?

No quadro da nova consciência pacifista, a Guerra – a Primeira Guerra Mundial – foi também ela cadinho da idealização da Europa unida do futuro.

A criação em 1919 da Sociedade das Nações com vocação universal realizava em parte as aspirações dos pacifistas. O apelo à federação mundial reflectia bem o espírito ao tempo do pós-Primeira Guerra Mundial.

Os pacifistas aspiravam então e maioritariamente a uma união mundial. Sentiam-se mais do que nunca cidadãos do mundo. Porém, o que os dividia também, e no período entre Guerras, era saber se a criação imediata de federações parciais seria o melhor meio, ou não, de realizar a federação universal.

E se algum optimismo havia, ele sofreu desilusões na segunda metade da década de 30. Perante a impossibilidade de se consumar a federação universal nas vésperas da Segunda Guerra Mundial, havia que salvaguardar a importância da ideia federal europeia. É na perspectiva das esperanças unitárias que a guerra permite o aparecimento de projectos, de movimentos, de discursos, de representações, de imagens sobre a Paz. De facto, são as consequências políticas da paz que incentivam o combate das correntes europeístas no período entre Guerras.

A verdade é que a instabilidade internacional e o clima de ameaça dos nacionalismos, dos totalitarismos, dos autoritarismos vão dar novo e crescente alento aos pacifismos. ← 12 | 13 →

Este volume reúne vários artigos – sobre temas como Pensar a Paz, Pela Paz, Os Intelectuais e a Paz, Federalismo e Universalismo, Religiosidade e Laicidade, As Mulheres e a Paz, Campanhas e Digressão – de prestigiados especialistas e de muitos jovens investigadores que nos trazem novas reflexões em perspectivas interdisciplinares, que propiciam a leitura atenta, crítica e problematizadora do objecto nuclear da obra. Ela propõe-se fundamentar conceitos, projectos, movimentos, discursos, imagens, representações e aprofundar o conhecimento de personalidades que pensaram A Paz entre 1849 e 1939.

As Coordenadoras ← 13 | 14 →

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Introduction

Est-ce si difficile la paix ?

Maurice Vaïsse*

« À l’heure qu’il est, tout près de nous, sous nos yeux, on massacre, on incendie, on pille, on extermine… il suffirait d’un geste des gouvernements d’Europe pour l’empêcher… Finissons-en avec les empires meurtriers. Plus de guerres, plus de massacres, plus de carnages, libre pensée, libre-échange, fraternité. Est-ce donc si difficile la paix ? » C’est le cri de Victor Hugo au moment de la crise balkanique où le sultan de Constantinople réprime sauvagement l’insurrection des peuples. « Est-ce donc si difficile la paix ? ». Tel semble être le débat du colloque proposé par l’université de Coïmbra,« Pour la Paix 1849-1939 ».

C’est dans le contexte des révolutions de 1848 qu’a lieu le Congrès de la Paix en août 1849 où Victor Hugo, déjà lui, proclame sa foi dans l’avènement de la paix et propose un idéal de compensation à l’affrontement des nations : l’Union européenne. Près d’un siècle plus tard, l’année 1939, à l’autre extrémité des travaux de notre colloque, voit au contraire naître une nouvelle guerre européenne, avant d’être mondiale.

Entre 1849 et 1939, il est remarquable de constater l’omniprésence de la Guerre : guerres pour les unités nationales de l’Italie et de l’Allemagne, guerres balkaniques, guerres coloniales en Afrique et en Asie, Première Guerre mondiale, et conflits de l’entre-deux guerre en Europe, Amérique latine, Asie… sans compter les guerres civiles et les crises. Les faits semblent donner tort au poète. La Paix était-elle donc une chimère ? Est-ce donc si difficile la Paix ? ← 15 | 16 →

La définition donnée par le dictionnaire, comme le bon sens populaire, paraissent attester que la paix n’est pas l’état normal de l’humanité. Selon le dictionnaire, la paix se définit négativement, elle est l’absence de guerre. Selon le sens commun, la paix est considérée comme une tranche de vie entre deux conflits : après la guerre de 14-18, on parle avec nostalgie de l’avant-guerre, « la Belle époque » ; la période 1919-1939 est dénommée l’entre-deux guerres, impliquant par là le caractère provisoire et l’échec de la paix.

Dans l’histoire de l’humanité, la guerre a longtemps conservé un caractère sacré, la paix étant située dans un passé mythique ou dans un âge d’or. Et pour tout dire, la guerre est considérée comme la norme. C’est la plainte que Charles Péguy exprime à travers son personnage de Jeanne d’Arc :

« Tous nos efforts sont vains ; nos charités sont vaines. La guerre est la plus forte à faire la souffrance. Ah maudite soit la guerre ! (…). Et puis, qu’est-ce que ça lui fait nos malédictions ? Je pourrais jouer ma vie entière à la maudire du matin au soir…, et les hommes d’armes n’en feront pas moins chevaucher leurs chevaux dans les blés vénérables (…). Tant qu’il n’y aura pas eu quelqu’un pour tuer la guerre, nous serons comme les enfants qui s’amusent en bas, dans les près, à faire des digues avec de la terre. La Meuse finit toujours par passer dessus. »

C’est dire le caractère inexorable de la guerre et le caractère temporaire, accessoire de la Paix. Est-ce donc si difficile la Paix ?

Dans les limites chronologiques du colloque, les hommes ont hésité, tâtonné à la recherche de la Paix. Comment trouver la recette de la Paix ? Il n’y a pas une formule – type propre à une période. Et plusieurs d’entre elles peuvent se combiner. Mais de 1849 à 1939, on peut distinguer sept grandes formes de paix : le concert des nations, la paix par l’empire, la paix par la Révolution, la paix par le rejet de la guerre, la paix par l’organisation internationale, la paix par le désarmement, la paix par l’Europe. On pourrait en ajouter bien d’autres : la paix par la vertu, par la politique, par le progrès, par la démocratie. Et je sais bien que je néglige bien des thèmes importants et des acteurs de paix : les religions, les intellectuels, les femmes, etc. Mais pour aujourd’hui, cela suffit à notre peine.

La Paix par le concert des nations

C’est le mode le plus commun de maintien de la paix. celui de la diplomatie des grandes puissances, dans la première moitié du XIXe siècle, mais aussi de tous les temps, À la suite du Congrès de Vienne, le concert européen repose sur les intérêts parfois discordants de la Grande-Bretagne, de la Russie, de l’Autriche qui sont unis dans leur défiance à l’égard de tout mouvement révolutionnaire et de tout retour de la France ← 16 | 17 → au premier plan. Les principes sur lesquels le concert est fondé sont le principe de légitimité et le principe d’équilibre : il s’agit d’éviter que n’importe quel conflit provoque l’embrasement général de l’Europe. Lors du Congrès de Paris de 1856, l’équilibre européen semble garanti : les traités de 1815 sont malmenés mais préservés. Cependant le principe de légitimité est désormais en déclin, car le printemps des peuples est passé par là. Toute conquête par les armes est considérée comme illégitime si elle n’est pas approuvée par les populations, ce que Napoléon III s’empresse de faire pour Nice et la Savoie. Cela ne signifie pas que par la suite le concert des nations disparaisse comme formule valable de maintien de la paix. On en retrouvera l’idée au cours de l’entre-deux-guerres, par exemple avec le Pacte à 4. C’est même le naufrage du concert des puissances qui est à l’origine de la Grande Guerre, car une des causes de la guerre est la formation de blocs d’alliance antagonistes. La guerre est pourrait-on dire le symbole de l’échec du concert européen.

La Paix par l’Empire

est une autre Paix : c’est la Paix imposée par la puissance d’un pays qui domine tous les autres. Jusqu’en 1870, on parle volontiers de Pax Britannica. Et il est vrai que l’économie britannique est alors dominante. En 1860, avec 2 % de la population mondiale, elle possède 40 % de la capacité industrielle mondiale, en particulier grâce à sa sidérurgie, base de sa puissance militaire et navale. Sa marine est la seule capable d’intervenir partout dans le monde. La puissance de la Grande-Bretagne a donc contribué à maintenir la paix :

Le seul moment délicat de cette Pax Britannica fut l’incident de Fachoda en 1898, carrefour des deux impérialismes français et britannique. On a cru à la guerre, mais la France a cédé parce que la Grande-Bretagne inspirait la crainte par sa puissance.

En réalité la Pax Britannica ne régnait plus en Europe. Elle avait été remplacée à partir de 1870-1871 par la Pax Germanica, résultat de la ← 17 | 18 → montée en puissance de la Prusse qui réussit l’unification de l’Allemagne autour d’elle, et la parachève par la défaite de la France lors de la guerre de 1870-1871. Bismarck fait en sorte de maintenir la puissance allemande :

Au Congrès de Berlin, à l’été 1878, Bismarck réussit à faire de l’Allemagne le centre du système diplomatique européen car il a su tenir la balance égale entre les protagonistes (Grande-Bretagne, Russie, Autriche-Hongrie) et se donne la stature d’un architecte de la paix européenne. Mais cette Pax Germanica est fragile. On appelle aussi cette période de 1871 à 1914 « la Paix armée » qui connaît de multiples tensions et de crises, même s’il n’y a pas de guerre.

La Paix par la Révolution

Le Pacifisme socialiste est fondé sur le principe de la lutte des classes, puisqu’il professe que la suppression des guerres est liée au triomphe du prolétariat. Selon Karl Marx, le chemin de la paix passe par la Révolution. Il appelle les prolétaires à s’unir pour abolir l’exploitation des travailleurs et aboutir à la disparition des classes…les paroles de l’Internationale sont éloquentes :

« Paix entre nous, guerre aux tyrans,
Appliquons la grève aux armées
Crosses en l’air et rompons les rangs ».

Éminente figure du socialisme français, Jean Jaurès est convaincu que les guerres sont imposées par les rivalités capitalistes et il déclare ainsi à la Chambre des Députés en mars 1895 : « Votre société violente et chaotique, même quand elle veut la paix, même quand elle est à l’état d’apparent repos, porte en elle la guerre, comme la nuée dominante porte l’orage ».

Mais les congrès de la IIe internationale ne réussiront pas à trouver une ligne d’action commune. Lors de la crise d’Agadir (août-septembre 1911) de grandes manifestations de masse sont organisées en France, Allemagne, Espagne, Grande-Bretagne contre la conquête du Maroc et le capitalisme impérialiste. Au Congrès de Bâle (novembre 1912), les chefs socialistes français et allemands déclarent que plus jamais les travailleurs des deux pays ne se feront la guerre. Et cependant une véritable course de vitesse a lieu entre les pacifistes et la logique de guerre, à travers la course aux armements et l’augmentation des effectifs. Quand survient l’attentat ← 18 | 19 → de Sarajevo, le 28 juin 1914, l’Internationale Socialiste (IS) avait prévu qu’en cas de menace de guerre son bureau devrait aussitôt se réunir. C’est ce qu’il fait le 29 juillet à Bruxelles, où les grands noms du socialisme européen sont là : Keir Hardie, Rosa Luxembourg, K. Kautsky, Litvinov et Jean Jaurès. On avance la date du congrès de l’IS, prévu à Paris, au mois d’août : le BSI mise sur la durée de la crise et prévoit de multiples manifestations organisées un peu partout et une grande manifestation à Paris au mois d’août. Le soir, le Bureau de l’IS organise un meeting au cirque royal de Bruxelles. Jaurès y fait un long discours à la gloire des travailleurs qui sauront préserver la paix des peuples. Le lendemain, avant de reprendre le train pour Paris, Jaurès se rend au musée des Beaux-Arts revoir les primitifs allemands. Il estime en effet que la crise va durer et se terminera comme celle d’Agadir. Mais ce même jour le 30 juillet, la Russie a décrété la mobilisation générale. Le lendemain 31 juillet, il flotte à Paris une inquiétude sourde à cause des mesures militaires prises par l’Autriche, et des ultimatums que les États s’adressent les uns aux autres. L’inquiétude saisit Jaurès qui intervient auprès du ministère des Affaires étrangères puis écrit un papier dans le journal L’Humanité pour inviter la France à accepter la médiation de la Grande-Bretagne. Avant de boucler le journal, l’équipe descend dîner au Café du Croissant, où Jaurès est assassiné… Émotion considérable. On craint la révolution à Paris. En fait, la guerre est en train d’éclater: c’est l’Union sacrée. La IIe internationale s’effondre en raison de la division du mouvement pacifiste, de la rapidité des événements, pendant lesquels la conscience nationale a submergé la conscience de classe.

La Paix par le rejet de la Guerre

Dans l’œuvre d’Emmanuel Kant, la Paix est considérée comme l’impératif catégorique et elle est une valeur absolue. Cela n’a pas toujours été le cas et nombre de penseurs ont exalté la guerre.

Ainsi au XIXe siècle, la conception déterministe du monde suppose que la guerre est la forme de vie la plus élevée, une purification nécessaire, une exigence d’ordre, ce qu’illustre par exemple Brecht dans Mère courage et ses enfants, où situant son drame au cours de la guerre de 30 ans, le dramaturge met dans la bouche du sergent recruteur des louanges de la guerre qui instaure l’ordre, alors que la paix provoque la désordre… D’autres ont exalté les vertus de la guerre. C’est le cas du mouvement futuriste qui dans son Manifeste qui date de février 1909 proclame : « Nous voulons glorifier la guerre, seule hygiène du monde ».

Mais le grand basculement se situe au moment de la Grande Guerre de 1914-1918 et rien n’est plus expressif que la transformation de la représentation de la guerre avant et après la guerre. ← 19 | 20 →

Avant 1914, elle est représentée de façon dynamique – le combat est imaginé à travers l’image d’Épinal de la charge de cavalerie, de l’audace joyeuse, de la gaieté du soldat qui charge au clairon. Et les vers de Corneille dans Polyeucte illustrent bien cet état d’esprit :

« Mourir pour le pays est un si digne sort

qu’on briguerait en foule une si belle mort ».

L’ennemi est représenté sous les traits les plus caricaturaux et on voit ressurgir en France les atrocités allemandes commises lors de la guerre de 1870-1871.

Après 1918, rien de tel. La mort – dont on ne parlait que pour la désirer ou la magnifier – prend une place centrale dans les représentations. Faire la guerre, ce n’est plus conquérir des villes, parcourir des territoires la fleur au fusil, c’est tuer et être tué. Pour désigner la Grande Guerre, on parle de tuerie, de boucherie, de carnage, d’horreur sanglante. La place prise par les monuments aux morts et les cimetières et en particulier par celui de Douaumont est révélatrice de l’imprégnation en profondeur de la société. La guerre marque un mal beaucoup plus profond que la mort de tant d’hommes, elle est perversion de l’humanité dans l’homme.

Cette guerre ne peut être que « la der des der ». On peut illustrer cette inversion des valeurs à travers l’évolution de l’esprit du soldat Charles de Gaulle. Il a célébré la guerre mieux qu’aucun autre avant la Grande Guerre. Jeune officier, il fait une conférence sur le patriotisme devant de jeunes recrues et il a cette déclaration assez surprenante (on est en 1913) :

« Certes la guerre est un mal, je suis le premier à en convenir, mais c’est un mal nécessaire. La guerre est une des grandes lois des sociétés auxquelles elles ne peuvent se soustraire… Rien ne sait davantage réveiller dans un peuple les mâles vertus et les nobles enthousiasmes que le sentiment de la patrie en danger… Certes la guerre traîne après elle bien des maux mais elle développe dans le cœur de l’homme beaucoup de ce qu’il y a de bien »…

Cette déclaration est faite avant la guerre de 1914. Après les premiers mois de guerre, où les combattants meurent par milliers, De Gaulle change complètement d’avis en ayant constaté, en pleine guerre, les horreurs du conflit. Il note dans son carnet :

« Calme affecté d’officiers qui se font tuer debout… clairons qui sonnent la charge… rien n’y fait ; en un clin d’œil, il apparaît que toute la fierté du monde ne prévaut point contre le feu ».

Details

Pages
389
Year
2015
ISBN (PDF)
9783035264746
ISBN (ePUB)
9783035299656
ISBN (MOBI)
9783035299649
ISBN (Softcover)
9782875742049
DOI
10.3726/978-3-0352-6474-6
Language
English
Publication date
2015 (January)
Keywords
non-belligerency universalism religiosity federalism mobility
Published
Bruxelles, Bern, Berlin, Frankfurt am Main, New York, Oxford, Wien, 2014. 389 pp., 21 graphs, 3 tables

Biographical notes

Maria Manuela Tavares Ribeiro (Volume editor) Maria Fernanda Rollo (Volume editor) Isabel Maria Freitas Valente (Volume editor)

Maria Manuela Tavares Ribeiro is Full Professor at the Faculty of Letters of the University of Coimbra. Maria Fernanda Rollo is Associate Professor in the History Department of the Faculty of Social and Human Sciences at the Universidade Nova de Lisboa. Isabel Maria Freitas Valente is currently a Postdoctoral Researcher at the Center for Interdisciplinary Studies of the Twentieth Century, University of Coimbra – CEIS20. Alice Cunha is currently a Researcher at the Institute of Contemporary History.

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