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Collecçam dos Papeis Anonymos

Editada por Hans Fernández e Pascal Striedner

by Bento Morganti (Author) Hans Fernández (Volume editor) Pascal Striedner (Volume editor)
©2019 Others 248 Pages
Series: Die Aufklärung in der Romania, Volume 12

Summary

A Collecçam dos Papeis Anonymos constitui o primeiro texto do gênero spectator aparecido na península ibérica. Atribuída ao religioso Bento Morganti, a obra circulou na cidade de Lisboa — num contexto marcado pela Censura e Inquisição — em forma de folhas volantes entre os anos de 1752 e 1754. Ao longo de quatro coleções e 44 números, sua instância narrativa reflete com base em um pensamento próprio do Iluminismo sobre a necessidade de transformar a sociedade portuguesa, especialmente por meio da educação, com a finalidade de levá-la ao nível das mais avançadas da Europa.
A presente edição diplomática dá a conhecer o «Manuscrito de Coimbra» e tenta contribuir para a pesquisa dos spectators em Portugal.

Table Of Contents

  • Cover
  • Titel
  • Copyright
  • Über das Buch
  • Autorenangaben
  • Zitierfähigkeit des eBooks
  • Índice
  • Collecçam dos Papeis Anonymos (1752–1754). (Re)visitando o “Manuscrito de Coimbra”: primeiro espectador ibérico
  • 1. Introdução
  • 2. O Iluminismo português
  • 3. Espectadores
  • 4. “Manuscrito de Coimbra”: Collecçam dos Papeis Anonymos
  • 5. Recursos literários
  • 6. Núcleos temáticos
  • 7. Agradecimentos
  • 8. Referências
  • 9. Anexo
  • Collecçam dos Papeis Anonymos
  • Primeira Collecçam dos Papeis Anonymos.
  • Effeitos da Prudencia, e Providencia
  • Dos meyos de enriquecer, e da industria, que a necessidade dà aos homens.
  • Sobre as Profiҫoens
  • Reflexão sobre os Livros.
  • Discurço sobre os Curadores.
  • Reflexam sobre as Livrarias.
  • Das Modas.
  • Sobres os Pobres mendicantes.
  • [sem título]
  • Do bom, e mao uzo da Dansa.
  • Sobre a reputaçam em geral, e da delicadeza do credito a respeito dos Mercadores-
  • Sobre a bebedisse
  • Da Hyporcesia, e os meyos para se conhecer cada hum a si mesmo
  • Retratos do Hypocrita, e Antihypocrita.
  • As boas, ou màs qualidades dos que tem empregos publicos.
  • Segunda Collecçam dos Papeis Anonymos
  • Doentes imaginarios.
  • Sobre as boas Artes da Arquitetura, e Pintura.
  • Sobre a Escultura, ou Estatuaria.
  • Como se deve communicar a Sciencia.
  • Sonho moral.
  • Meyo do Sonho Moral.
  • Fim do Sonho Moral.
  • Sobre o desprezo dos doutos, e da Educaçam.
  • Dos bens da Fortuna.
  • A peste das conversaçoens.
  • Sobre os Eclypses.
  • De huma Inscripçaõ Antiga
  • Inteligencia de huma Inscripçaõ Antiga
  • Terceira Collecçam dos Papeis Anonymos.
  • Sobre os Dentes.
  • Conversam da fealdade
  • Da Sabedoria.
  • Dos Sonhos.
  • Utilidades do Vinho,
  • Da Sobriedade, e Temperança.
  • Modo de desterrar os obstaculos que impedem a fazer bem ao proximo.
  • Dos Baylles Publicos, e de Mascaras.
  • Dos Habitos virtuozos.
  • Dos homens em geral.
  • Discripçam Allegorica do Estado; do Homem no mundo.
  • Contra a Impudencia.
  • Memorial de Antiguidades.
  • Continua a mesma materia.
  • Quarta Collecçam dos Papeis Anonymos.
  • De diversas Inscripçoens Antigas.
  • Continua a mesma materia.

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Collecçam dos Papeis Anonymos (1752–1754).

(Re)visitando o “Manuscrito de Coimbra”:
primeiro espectador ibérico

Hans Fernández / Pascal Striedner

…a Klaus-Dieter Ertler

pelo seu aniversário de 65 anos…

1. Introdução

O jornal que apresentamos em seguida constitui a primeira manifestação do gênero espectatorial surgida na península ibérica (Piwnik 1979b), que permaneceu praticamente esquecido pela investigação e que nos esforçamos para recuperar cientificamente nos últimos anos (Fernández 2016, Striedner 2018). A seguir situamos o texto e damo-lo a conhecer em edição diplomática, conservando sua ortografia e pontuação originais, como fonte para futuras investigações filológicas e históricas. Reinscrevemos e resituamos o jornal no âmbito das atuais investigações sobre o gênero spectator, para o qual o recontextualizamos com a finalidade de colocá-lo à disposição da comunidade científica tal como foi publicado.

Utilizamos o nome com o qual suas coleções foram organizadas, isto é, consideramos não o título com que apareceu cada um de seus números (como fez Piwnik), mas sim o valor e o sentido global e de unidade que o autor ou editor posterior outorgou à obra no seu conjunto. Assim, se cada número apareceu — segundo o texto indica, embora não contenha datas — semanalmente com o título de O Anonymo, logo depois suas coleções foram organizadas e posteriormente arquivadas na biblioteca da Universidade de Coimbra como Collecçam dos Papeis Anonymos, conceito que também situa o texto dentro do gênero dos papéis volantes1.

O presente documento nos interessa pelos diferentes níveis de seu valor na investigação espectatorial: 1) informa sobre a cristalização do gênero spectator em contextos europeus ainda inexplorados, 2) contribui para a constituição de uma constelação espectatorial transeuropeia, 3) contribui para o cânone espectatorial e 4) possue um caráter pioneiro no mundo ibérico.

←7 | 8→2. O Iluminismo português

Os escassos estudos sobre o Iluminismo português (Krauss 1973, Carvalho dos Santos 2003, Müller 2008, Thielemann 2001) coincidem em indicar que o século XVIII em Portugal constitui um caso pouco estudado. Em Striedner (2018) propôs-se uma caracterização das particularidades deste período com base na educação, nas intervenções estatais (Censura, Inquisição) e no contexto religioso.

Quanto à conjuntura histórica anterior ao século XVIII é preciso mencionar que Portugal, apesar de ser um país relativamente pequeno, conseguiu estabelecer-se como potência mundial durante os séculos XIV e XVI, sendo capaz de construir um império que expandiu-se até a Ásia, a América e a África, época que hoje em dia é conhecida como “Século dos Descobrimentos” (Thielemann 2001: 7). Contudo, no decorrer do tempo Portugal começou a perder paulatinamente sua influência a nível mundial. Como aponta Dill (2015), o desperdício das riquezas por parte da administração pública e alguns acontecimentos históricos, tais como a derrota que sofreu Portugal em 1578 perto de El-Ksar-el-Kebir (Alcácer Quibir) — batalha que custou uma verdadeira fortuna ao Estado português —, o desaparecimento de Dom Sebastião em 1578 e a perda da independência durante sessenta anos (período no qual Portugal pertenceu à Coroa espanhola (Cf. Marques 1983: 149–162)), contribuiram para que o país lusitano ficasse atrás de nações como Inglaterra e França (108).

Além disso, Portugal não dispunha de uma indústria considerável e era um país onde se haviam mantido as mesmas estruturas sociais e econômicas durante séculos. Desta maneira, havia-se estabelecido uma aristocracia rançosa, cuja administração funcionava ineficazmente (Müller 2007: 19), que era apoiada pela Igreja que havia introduzido mecanismos como a Inquisição que possibilitavam um controle total da sociedade portuguesa. A Coroa graças à Inquisição e à Censura conseguiu instalar um sistema político e econômico que se destacava por sua arbitrariedade (Dill 2015: 129). Aliás, Portugal tampouco gozava de uma imprensa próspera e livre, a qual, de fato, era praticamente inexistente tendo em conta os escassos exemplos existentes na história portuguesa anteriores ao século XVIII (Striedner 2018: 20–22). A Censura e a Inquisição eram as instituições que protegiam os interesses do Estado reprimindo qualquer forma de resistência possível. Enquanto a primeira se encarregava de não deixar entrar ideias subversivas no país — o que na prática significava que qualquer tipo de publicação tinha que passar por um controle asfixiante — (Almeida Rodrigues 1980: 35), a segunda submeteu o país durante mais de três séculos (até sua abolição em 1821) a um clima sufocante de terror (Carvalho dos Santos 2003: 98–103).

Considerando estas condições não surpreende que o suposto autor da Collecçam dos Papeis Anonymos, Bento Morganti (Piwnik 1979a), tenha-se visto obrigado a camuflar a procedência de suas influências em sua escrita, aspecto documentado detalhadamente em Piwnik (1979b). Sobre a base da ←8 | 9→pesquisa desta autora é um fato que a Collecçam dos Papeis Anonymos se encontra vinculada com os demais textos espectatoriais surgidos na Europa durante o século XVIII. De acordo com Pallares-Burke (1995), The Spectator (modelo do gênero que havia triunfado em toda Europa e que em Portugal se canalizou através do texto que editamos) estava proibido neste país desde o ano de 1744 (174). Não obstante, ao ler com atenção o primeiro número da Collecçam dos Papeis Anonymos pode-se reconhecer claramente que seu conteúdo foi inspirado — para não dizer copiado parcialmente — do The Spectator. Desta maneira, pois, o autor do espectador português conseguiu conectar seu país com as demais nações europeias, incorporando na sua escrita a sabedoria que até aquele momento não havia circulado em Portugal e que somente estava disponível de forma clandestina.

A situação na qual os intelectuais se encontravam em Portugal no início do século XVIII era devastadora, razão pela qual começaram lentamente a agrupar-se e a organizar-se. Este grupo de intelectuais, hoje conhecido como estrangeirados, tinha o objetivo de reformar o sistema educacional de Portugal (Martínez González 2001: 252) e de acabar com o domínio absoluto dos jesuítas no contexto da educação estatal (Dill 2015: 129). Deste modo, o âmbito educativo — ainda dominado pela escolástica — experimentou uma revalorização substancial durante o século XVIII, situação que pode ser considerada como particularidade da manifestação do Iluminismo em Portugal. Não obstante, os estrangeirados não só se interessaram pela educação, mas também pela arte, pela arqueologia, pela pintura e pelas ciências naturais.

Os esforços desta elite constituíram um elemento chave para a modernização do país. O grupo mencionado — aliás, nunca proclamado como tal — constava de intelectuais provenientes da classe alta portuguesa, entre os quais figuravam militares, médicos e advogados. Devido à repressão política grande parte deles não podia exercer livremente sua profissão em Portugal, razão pela qual a maioria viajava e estudava no estrangeiro, o que lhes possibilitou estabelecer contatos com eruditos de organizações científicas de outros países. Por sua vez, esta rede intelectual contribuiu para a circulação de obras até então proibidas pela Censura em Portugal (Almeida Rodrigues 1980: 44–46). Em conclusão, pode-se observar a influência dos estrangeirados no aumento considerável da importância da cultura, ciência e educação na vida social de Portugal (Carneiro / Simões / Diogo 2000: 591–592), cuja perseverança finalmente também se manifestou na reforma radical do sistema universitário em 1772 (Carneiro / Simões / Diogo 2000: 604) graças à qual o modelo educativo português experimentou uma renovação fundamental.

Dentro deste seleto grupo de intelectuais pode-se mencionar como casos mais relevantes: Luís António Verney, António Nunes Ribeiro Sanches e o Marquês de Pombal (Sebastião José de Carvalho e Melo). A influência deste último em Portugal é claramente reconhecível em matéria de bem-estar social, sobretudo a partir de 1755, ano do grande terremoto de Lisboa (Marques 1983: 342). Além disso, posteriormente ele iniciaria a transformação da economia, ←9 | 10→dedicar-se-ia à reforma do sistema educativo e encarregar-se-ia da expulsão dos jesuítas do país. Aliás, pode-se afirmar que Verney provavelmente seja o mais destacado entre os estrangeirados, já que ao propagar a liberdade da ciência, o ensino independente dos velhos métodos e a igualdade entre homens e mulheres dava a conhecer ideias revolucionárias para sua época e contexto cultural. Também em 1746 este publicaria sua obra capital: Verdadeiro Método de Estudar, para ser util à Republica, e à Igreja: proporcionado ao estilo, e necesidade de Portugal, a qual foi republicada no ano seguinte no estrangeiro, já que sua publicação não era possível em Portugal devido à Censura e à importância que seu autor ganhava fora de seu país (Dill 2015: 130).

No decorrer do século XVIII Portugal provou de uma transformação, cujos primeiros sinais e conseguinte abertura produziram-se durante o reinado de Dom João V, que governou de 1707 até sua morte acontecida em 1750 (Müller 2008: 157–158). Este monarca permitiu a introdução dos oratorianos no âmbito da educação, competência esta até então somente reservada aos jesuítas (Müller 2007: 15). Sem embargo, a verdadeira transformação de Portugal começou com o terremoto de 1755 que significou a destruição total de Lisboa. O Marquês de Pombal, a quem o rei outorgou plenos poderes, governou o reino como primeiro ministro até o ano de 1777, e foi tal a sua importância que Thielemann (2001) chama o século XVIII português de “Século de Pombal” (7). Pombal foi igualmente responsável pelo reinício da indústria e da economia portuguesas, as quais modernizou profundamente protegendo e favorecendo as empresas domésticas. Desta maneira, conseguiu equilibrar as contas públicas e simultaneamente implementou — seguindo o modelo inglês — uma administração muito mais fiável e eficaz. Graças à mencionada eficiência ganhou-se a boa vontade dos portugueses e ao mesmo tempo iniciou rapidamente a reconstrução da capital assolada pelo terremoto. Pombal também estava ligado intelectualmente com os estrangeirados e sua maneira de pensar era conduzida claramente pelas ideias do Iluminismo. Contudo — e paradoxalmente —, não tolerava oposição política, por isso se vivia em Portugal — como expressa Thielemann (2006) — em um estado “marcado por terror e medo, por sujeição, perseguição e tentativa de eliminação do adversário político” (10). Seu principal inimigo era a ordem dos jesuítas, de quem suspeitava que haviam organizado um atentado contra o rei, situação que o motivou a empreender toda sua força política para expulsá-los do país, o que finalmente aconteceu em 1759 (Carneiro / Simões / Diogo 2000: 597).

Depois do século XVIII Portugal não se parecia em nada com o país que havia sido cem anos antes, razão pela qual se justifica a expressão enfática de Thielemann (2001) que caracteriza este século como um “terramoto histórico-social [que libertou Portugal de suas] enfermidades sociais” (7). No fim de contas, foi o século no qual Portugal iniciou sua abertura para a Europa e sua progressiva reintegração na comunidade europeia.

←10 | 11→3. Espectadores

Os semanários morais2 representam um objeto de investigação filológica de caráter intersticial situado entre a literatura e o jornalismo, que veio-se constituindo e consolidando como gênero literário transeuropeu desde os estudos recentes consagrados à sua temática. A imprensa espectatorial tem sua origem na obra jornalístico-literária dos publicistas ingleses Joseph Addison e Richard Steele, especificamente em seus textos prototípicos The Tatler (1709–1711), The Spectator (1711–1714) e The Guardian (1713).

Entre os traços específicos do gênero espectatorial que Klaus-Dieter Ertler (2012) distingue, encontram-se as aparições periódicas e reedições, as traduções, as imitações e adaptações, a abertura a um público feminino, a construção de uma instância editorial e autorial fictiva assim como a encenação de uma sociabilidade. Igualmente indica que o dictum horaciano do prodesse et delectare é central na poética do gênero (isto é, instruir entretendo seus leitores), procedimento que se transforma no fundo em um aspecto chave para a transmissão de conteúdos do Iluminismo. Quanto aos recursos literários que afloram no gênero, este investigador menciona que ao caráter narrativo-ensaístico agregam-se a carta, a narração onírica, a alegoria, fábulas e representações satíricas (que se apoiam na Antiguidade grega e romana), e igualmente assinala a presença de citações exemplares que como lemas aparecem em forma aforística nos textos.

No que diz respeito à transferência do gênero da Inglaterra para o continente europeu o umbral foi a Holanda, país onde apareceram imitações e traduções para o francês tais como Le Misanthrope (1711–1712) de Justus van Effen e Le Spectateur, ou le Socrate moderne, Où l’on voit un Portrait naïf des Mœurs de ce Siècle. Traduit de l’anglois (1714–1726). Em seguida o gênero migra para diferentes contextos europeus (Alemanha, Áustria, Escandinavia, etc.), alcançando grande êxito e fervor nos países de línguas românicas. Assim se produz uma transferência de textos do âmbito protestante inglês ao contexto católico do sul da Europa. Desta forma encontra-se na Espanha uma ampla constelação de textos espectatoriais, tais como El duende especulativo sobre la vida civil (Juan Antonio Mercadàl, 1761), El Pensador (José Clavijo y Fajardo, 1762–1767), El Censor (Luis García de Cañuelo e Luis Marcelino Pereira, 1781–1787), na Itália acham-se os textos Il Filosofo alla Moda (Cesare Frasponi, 1727–1730), Gazzetta veneta (Gasparo Gozzi, 1760–1761), Gazzetta urbana veneta (Antonio Piazza, 1787–1790), e na França se encontram os ←11 | 12→seguintes espectadores: Le Spectateur français (Pierre Carlet de Marivaux, 1721–1724), Le Monde comme il est (Jean-François de Bastide, 1760), Le Spectateur français avant la révolution (Jacques-Vincent Delacroix, 1796), somente para mencionar os mais conhecidos3. Neste sentido, Ertler (2012) faz alusão à emergência e conformação de uma rede transnacional europeia de espectadores4.

Mesmo que a pesquisa da imprensa espectatorial nos países do sul da Europa mencionados fosse rica e variada, a situação referente a Portugal é deficiente, para não dizer crítica ou quase inexistente. Contudo, no que diz respeito a este país Marie-Hélène Piwnik (1979b) apresentou uma investigação sui generis de caráter erudito na introdução e notas que acompanham o texto — que deu a conhecer e fixou com o título de — O Anónimo, ao que particulariza como o primeiro deste gênero surgido na península ibérica (179) que antecedeu aos espectadores espanhóis (o primeiro do sistema hispânico foi El duende especulativo sobre la vida civil). Deste modo, o texto que reexumamos e (re)apresentamos vem a complementar o cânone românico dos espectadores — ainda falta pesquisar os de língua romena —.

4. “Manuscrito de Coimbra”: Collecçam dos Papeis Anonymos

Há quarenta anos Marie-Hélène Piwnik deu a conhecer o texto que nos ocupa através do título O Anónimo e sob a autoria de um tal Bento Morganti. A pesquisadora redescobriu o texto e publicou-o numa edição crítica muito cuidada que dispõe de um sólido aparelho paratextual, o qual além de explicar e comentar o texto principal com sábias notas de rodapé, apresenta-o e situa-o através de uma introdução muito documentada e concludente. Julgamos tanto a aproximação crítica de Piwnik ao texto como sua erudição em matérias filológicas e históricas imprescindíveis e insuperáveis, e nós nos propomos com ←12 | 13→a presente edição complementar sua obra trazendo à luz o texto em sua ortografia e pontuação originais, já que a pesquisadora francesa modernizou estes aspectos idiomáticos por considerar que o valor principal do texto se encontrava no que dizia respeito à história das ideias (Piwnik 1979b: 182), isto é, fê-lo em benefício da compreensão do documento português.

Details

Pages
248
Publication Year
2019
ISBN (PDF)
9783631797907
ISBN (ePUB)
9783631797914
ISBN (MOBI)
9783631797921
ISBN (Hardcover)
9783631797891
DOI
10.3726/b15984
Language
Portuguese
Publication date
2019 (August)
Keywords
Gênero spectator Portugal Manuscrito de Coimbra
Published
Berlin, Bern, Bruxelles, New York, Oxford, Warszawa, Wien, 2019., 248 pp., 18 fig. b/w

Biographical notes

Bento Morganti (Author) Hans Fernández (Volume editor) Pascal Striedner (Volume editor)

Hans Fernández é Professor Assistente de Hispanística, Lusitanística e Latinoamericanística na Universidade de Graz e fez seu doutorado em literaturas românicas na Universidade Humboldt de Berlim. Pascal Striedner é doutorando na Universidade de Graz no âmbito das literaturas hispânicas e estudou romanística nesta mesma universidade e na Universidade da Estremadura.

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