Sprachkontakt, Variation und Mehrsprachigkeit. Sprachliche Perspektiven auf die akademische Arbeit von Cléo Vilson Altenhofen / Contato Linguístico, Variação e Plurilinguismo. Perspectivas Linguísticas sobre o Trabalho Acadêmico de Cléo Vilson Altenhofen
Summary
Esta antologia homenageia o trabalho de Cléo V. Altenhofen, por ocasião de seu 60º aniversário, com contribuições que tratam do estudo das variedades germânicas e românicas na América do Sul. Em mais de 20 estudos, são analisados aspectos diacrônicos, diatópicos, diastráticos e diafásicos do Hunsrückisch, bem como a influência da imigração alemã e italiana no português brasileiro. A variedade de contribuições reflete a diversidade linguística e a complexidade das interações linguísticas e culturais no contexto sul-americano.
Excerpt
Table Of Contents
- Cobrir / Umschlag
- Título / Titelseite
- Direitos autorais / Copyright-Seite
- Inhaltsverzeichnis / Índice
- Prefácio: Mit Kerwa unn Alma fo die Sprooch, pesquisa unn formação
- Tabula gratulatoria
- Claudia Wolff Pavan O milho nosso de cada dia. Análise sob uma perspectiva topodinâmica da língua
- Fernando Hélio Tavares de Barros A alcunha gaudério no português do Rio Grande do Sul: o que mostram os dados do ALERS
- Felício Wessling Margotti, Orlando da Silva Azevedo e Amanda Chofard Variantes lexicais de sovina na região norte do Brasil: uma análise geolinguística dos dados do ALiB
- Elisa Battisti “Aqui não se fala assim”: O contato do português com línguas italianas de imigração no Brasil e o refreio a processos fonológicos variáveis
- Vanderci de Andrade Aguilera Variação lexical em diferentes sincronias: De Bunse a Altenhofen – o caso de “funda” e de “bodoque”
- Martina Steffen Variação do /r/ em coda silábica em falantes bilíngues de hunsriqueano como língua de imigração alemã no Rio Grande do Sul
- Rosane Werkhausen A marcação glotal no português em contato com o vestfaliano no sul do Brasil
- Leonardo Cerno e Maria Liz Benitez Almeida A hispanização do guarani: um estudo de documentos indígenas sob o regime reducional-jesuíta (períodos 1752–53 e 1756–61)
- Angélica Prediger, Renata Szczepaniak e Siegwalt Lindenfelser Deutschsprachige Briefe aus Argentinien: Morphologische und graphematische Einblicke in das BriTa-Korpus
- Myrna Estella Iachinski Mendes A vitalidade do polonês no cenário plurilingue brasileiro
- Lucas Löff Machado e Willian Radünz Percepção de variedades linguísticas “alemãs” no Brasil: Estudo em Alto Feliz e Nova Petrópolis (Rio Grande do Sul)
- Anna Ladilova, Kristina Pröstler e Sina Keller Imaginierte Selbstbilder der Russlanddeutschen
- Neusa Inês Phillipsen Percepções e atitudes linguísticas de falantes descendentes da língua minoritária alemã em Sinop/Mato Grosso/Brasil
- Henry Daniel Lorencena Souza A paisagem linguística na fronteira do Uruguai com o Brasil: Diferenças no status do português
- Peter Rosenberg Contato, variação e mudança linguística nas ilhas línguísticas alemãs na Rússia e no Brasil
- Fernanda von Mühlen Vestfaliano: Do noroeste da Alemanha ao sul do Brasil
- Marcelo Jacó Krug e Cristiane Horst A relevância de fatores extralinguísticos na manutenção e substituição linguística nos diferentes domínios de uso das línguas a partir de dados do projeto ALCF
- Jussara Maria Habel O contínuo standard-substandard do alemão falado em Nova Petrópolis – RS
- Göz Kaufmann Nachnamen erzählen Geschichte, Vornamen die Gegenwart: Analysen zur onymischen Identität deutschsprachiger Brasilianer/innen
- Joachim Steffen Zwischen Stolz und Vorurteil. Frühe Beobachtungen und Einstellungen zu Sprachkontakt und Sprachmischung in Südbrasilien nach Dokumenten im Schuchardt-Nachlass
- Marcia Meurer Variedades do português de migrantes sulistas em contato com variedades do nordeste do Brasil
- Ingrid Kuchenbecker e Katja Schnitzer Visibilidade e acolhimento de línguas na escola: dois projetos parceiros – Brasil e Suíça
- Erineu Foerste e Gerda Margit Schütz-Foerste Culturas, línguas e educação do campo: Diálogos sobre parcerias na formação de professores
- Bernardo Kolling Limberger Dialetologia e Psicolinguística em diálogo: estudos sobre processamento do Hunsrückisch e bilinguismo
- Ingrid Finger Bilinguismo e Plurilinguismo: Conversas entre a Psicolinguística e a Sociolinguística
- Sofia Froehlich Kohl Füll Glick fa di kanze Muddache: uma breve análise das crônicas em português e em Hunsrückisch do livro Crônicas da Pronila, de Pronila Krug
- Karen Pupp Spinassé e Gerson Roberto Neumann Wir kochen mal Schmier! / Vamos fazer schmier! Discussão em torno do Hunsrückisch na literatura em língua alemã no Brasil
- MinGLA – Minderheiten germanischer Sprachen in Lateinamerika / Minorías de lenguas germánicas en Latinoamérica
Inhaltsverzeichnis / Índice
- Prefácio: Mit Kerwa unn Alma fo die Sprooch, pesquisa unn formação 
- Claudia Wolff Pavan O milho nosso de cada dia. Análise sob uma perspectiva topodinâmica da língua 
- Fernando Hélio Tavares de Barros A alcunha gaudério no português do Rio Grande do Sul: o que mostram os dados do ALERS 
- Felício Wessling Margotti, Orlando da Silva Azevedo e Amanda Chofard Variantes lexicais de sovina na região norte do Brasil: uma análise geolinguística dos dados do ALiB 
- Vanderci de Andrade Aguilera Variação lexical em diferentes sincronias: De Bunse a Altenhofen – o caso de “funda” e de “bodoque” 
- Martina Steffen Variação do /r/ em coda silábica em falantes bilíngues de hunsriqueano como língua de imigração alemã no Rio Grande do Sul 
- Rosane Werkhausen A marcação glotal no português em contato com o vestfaliano no sul do Brasil 
- Leonardo Cerno e Maria Liz Benitez Almeida A hispanização do guarani: um estudo de documentos indígenas sob o regime reducional-jesuíta (períodos 1752–53 e 1756–61) 
- Angélica Prediger, Renata Szczepaniak e Siegwalt Lindenfelser Deutschsprachige Briefe aus Argentinien: Morphologische und graphematische Einblicke in das BriTa-Korpus 
- Myrna Estella Iachinski Mendes A vitalidade do polonês no cenário plurilingue brasileiro 
- Lucas Löff Machado e Willian Radünz Percepção de variedades linguísticas “alemãs” no Brasil: Estudo em Alto Feliz e Nova Petrópolis (Rio Grande do Sul) 
- Anna Ladilova, Kristina Pröstler e Sina Keller Imaginierte Selbstbilder der Russlanddeutschen 
- Neusa Inês Phillipsen Percepções e atitudes linguísticas de falantes descendentes da língua minoritária alemã em Sinop/Mato Grosso/Brasil 
- Henry Daniel Lorencena Souza A paisagem linguística na fronteira do Uruguai com o Brasil: Diferenças no status do português 
- Peter Rosenberg Contato, variação e mudança linguística nas ilhas línguísticas alemãs na Rússia e no Brasil 
- Fernanda von Mühlen Vestfaliano: Do noroeste da Alemanha ao sul do Brasil 
- Marcelo Jacó Krug e Cristiane Horst A relevância de fatores extralinguísticos na manutenção e substituição linguística nos diferentes domínios de uso das línguas a partir de dados do projeto ALCF 
- Jussara Maria Habel O contínuo standard-substandard do alemão falado em Nova Petrópolis – RS 
- Marcia Meurer Variedades do português de migrantes sulistas em contato com variedades do nordeste do Brasil 
- Ingrid Kuchenbecker e Katja Schnitzer Visibilidade e acolhimento de línguas na escola: dois projetos parceiros – Brasil e Suíça 
- Erineu Foerste e Gerda Margit Schütz-Foerste Culturas, línguas e educação do campo: Diálogos sobre parcerias na formação de professores 
- Bernardo Kolling Limberger Dialetologia e Psicolinguística em diálogo: estudos sobre processamento do Hunsrückisch e bilinguismo 
- Ingrid Finger Bilinguismo e Plurilinguismo: Conversas entre a Psicolinguística e a Sociolinguística 
- Sofia Froehlich Kohl Füll Glick fa di kanze Muddache: uma breve análise das crônicas em português e em Hunsrückisch do livro Crônicas da Pronila, de Pronila Krug 
- Karen Pupp Spinassé e Gerson Roberto Neumann Wir kochen mal Schmier! / Vamos fazer schmier! Discussão em torno do Hunsrückisch na literatura em língua alemã no Brasil 
Prefácio: Mit Kerwa unn Alma fo die Sprooch, pesquisa unn formação
Com grande alegria, celebramos o 60º aniversário de Cléo Vilson Altenhofen, homenageando-o com esta edição comemorativa que reúne contribuições de colegas, estudantes e amigos que compartilharam parte de seu caminho de vida e trabalho. Quiçá este espaço também possa ser uma possibilidade de apreciar diferentes paisagens, reconectar trilhas e construir novas veredas.
O título em Hunsrückisch deste prefácio é uma referência ao foco acadêmico de Cléo: a língua de imigração Hunsrückisch (e ao seu maior projeto: ALMA-H – Atlas Linguístico-Contatual das Minorias Alemãs na Bacia do Prata – Hunsrückisch). Também reflete sua dedicação “mit Kerwa unn ALMA” à formação e à capacidade de construir amizades, parcerias, projetos e trajetórias conjuntas.
A obra de Cléo Altenhofen é uma das referências fundamentais nos estudos contemporâneos de dialetologia, variação e mudança linguística do português e especialmente de variedades germânicas no Brasil. Sua visão de linguagem agrega diferentes vozes, repertórios, bem como dimensões sociais, políticas e temporais. Mapear, documentar, conhecer in loco, ouvir, inventariar, investigar em múltiplas dimensões, salvaguardar e promover são alguns dos principais verbos que fizeram e fazem parte dos seus projetos de pesquisa.
Do nosso ponto de vista, a sua contribuição aos estudos do Hunsrückisch é a mais central em sua trajetória como pesquisador. Da língua da sua casa, da sua comunidade à língua que pesquisa ao menos desde 1990 no seu mestrado1 na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, passando pela sua investigação de doutorado2 na Johannes Gutenberg Universität, em Mainz, que, de maneira inovadora, aponta caminhos para a investigação e a descrição do Hunsrückisch e de outras variedades minoritárias do Brasil. Nessa trajetória, concebeu e coordenou o Inventário do Hunsrückisch e, junto com Harald Thun, o projeto ALMA-H, para além de orientar uma infinidade de projetos e trabalhos acadêmicos de Pós-Graduação nessas temáticas. Ao longo desse percurso, Cléo também vem fazendo esforços para a investigação, a valorização e o diálogo com outras variedades minoritárias do Brasil e da América Latina, sobretudo, concebendo uma visão e um engajamento aplicados ao plurilinguismo e à pedagogia do plurilinguismo, a exemplo da sua atuação no Colegiado da Diversidade Linguística do Rio Grande do Sul. Em 2021, sua pesquisa e seus esforços no campo do Hunsrückisch, de variedades germânicas e em prol do plurilinguismo foram reconhecidos com a Ordem do Mérito da República Federal da Alemanha.
Cléo Altenhofen contribuiu também significativamente aos estudos de variação, mudança e contato linguístico do Sul do Brasil e da América Latina, principalmente por meio da sua participação em diversos projetos geolinguísticos. Cléo Altenhofen deu continuidade aos estudos dialetais iniciados por Heinrich Bunse nas décadas de 70 e 80 do século XX e, posteriormente, impulsionados por Walter Koch e Mário Klassmann, que foram a base da construção do Atlas Linguístico-Etnográfico da Região Sul (ALERS), um valioso banco de dados orais do português rural falado nos três estados do Sul do Brasil. Esse projeto contribuiu significativamente na formação de Cléo como geolinguista, oferecendo-lhe a possibilidade de conhecer de perto os rincões do Rio Grande do Sul, as pessoas, a variação, os múltiplos contextos sociais, os seus multifacetados contatos e repertórios linguísticos e, provavelmente, um dos seus maiores tesouros: o amadurecimento na técnica de entrevista. Ainda sobre o seu percurso de formação e atuação nas investigações linguísticas no Sul do Brasil e na América Latina, a participação de Cléo nas viagens de pesquisa para o Atlas Linguístico Diatópico y Diastrático del Uruguay (ADDU), a convite de seu colega, amigo e formador Harald Thun, e, posteriormente, o levantamento de dados para o ALiB (Atlas Linguístico do Brasil) constituem balizas centrais da sua trajetória e na contribuição a esse campo de estudos.
Tanto como colega, quanto como professor, o trabalho e o jeito de ser de Cléo sempre foram inspiradores, e louváveis são seu incansável exercício e empenho em prol do respeito às diferenças e ao lugar de onde cada um vem. Notável é também o seu espírito de construir espaços de pesquisas e aprendizagem onde as pessoas antes de qualquer discussão linguística se sentem bem e se sentem vistas e ouvidas. Não por acaso, na maioria das suas reuniões de trabalho ou, inclusive, nas suas aulas, há café ou chimarrão, as nozes do seu pai, às vezes, chocolate para todos e um primeiro momento de conversas e trocas mais pessoais.
As suas várias e dedicadas contribuições a projetos de alunos, amigos e colegas que escreveram textos para essa edição comemorativa são apenas um pequeno exemplo disso. Em meio às suas variadas atividades, o tempo de orientar mit Kerwa unn ALMA, de contribuir significativamente com a textualidade de textos acadêmicos, ou o esforço de escrever cartas de recomendação e auxiliar outros a seguirem suas trilhas também são, para nós, sinônimos do amigo, colega e professor Cléo. Agradecer e apreciar essa dedicação genuína voltada às pessoas que Cléo formou e forma é o que nos motivou a organizar essa edição comemorativa.
A pesquisa e atuação de Cléo são bastante diversificadas. As contribuições para este volume trazem elementos dessa diversidade e refletem vários interesses de pesquisa fundamentais de Cléo Vilson Altenhofen: Investigações em torno da língua de imigração alemã Hunsrückisch em sua diversidade de contextos, situações de contato e perspectivas teóricas e metodológicas; Pesquisas em Variação, Mudança e Contatos Linguísticos do Sul do Brasil e do Sul da América Latina; Plurilinguismo e suas Interfaces. Investigações em torno da língua de imigração alemã Hunsrückisch em sua diversidade de contextos, situações de contato e perspectivas teóricas e metodológicas constituem a primeira seção deste volume.
Claudia Wolff Pavan discute a trajetória do contato dos imigrantes alemães com o milho – cereal elementar para a subsistência no Novo Mundo. Sob uma perspectiva topodinâmica da língua e com base em cartas do banco de dados do ALMA-H, a autora procura traçar o caminho linguístico das denominações desse cereal, desde aquelas próprias da região de origem até apropriações que se seguiram ao contato dos imigrantes com a língua local. Fernando Hélio Tavares de Barros analisa o significado variado de “gaudério” no Rio Grande do Sul e destaca sua presença em 70 dos 95 pontos de pesquisa do Atlas Linguístico-Etnográfico da Região Sul (ALERS), com um significado comum de “alguém que vaga sem rumo”. O artigo de Felício Wessling Margotti, Orlando da Silva Azevedo e Amanda Chofard explora o impacto da imigração italiana no sul do Brasil no final do século XIX por meio da análise fonética de variedades do português brasileiro em áreas especialmente afetadas pela imigração italiana. Também o capítulo de Elisa Battisti trata do contato do português com dialetos italianos no sul do Brasil e analisa a variedade do português brasileiro no Rio Grande do Sul. São discutidos processos fonológicos variáveis e a interferência fonética em comunidades bilíngues. Vanderci de Andrade Aguilera estuda a história da Geolinguística no Brasil, com destaque para o Atlas Linguístico do Brasil (ALiB) e o Atlas Linguístico e Etnográfico da Região Sul do Brasil (ALERS). A autora concentra-se no estudo das diferentes palavras usadas para denominar “o brinquedo feito de uma forquilha e duas tiras de borracha, que os meninos usam para matar passarinho”, analisando trabalhos geolinguísticos de diferentes épocas, incluindo dados inéditos do ALiB no Rio Grande do Sul. Martina Steffen examina a pronúncia do /r/ em falantes de Hunsrückisch e português brasileiro do sul do Brasil. A pesquisa revela variações na realização do /r/ em posição de coda, com grupos socioculturalmente específicos apresentando uma pronúncia retroflexa semelhante à de falantes de português brasileiro. O estudo de Rosane Werkhausen analisa a ocorrência de marcação glotal (glotalização e ocorrência da oclusiva glotal) em palavras iniciadas por vogais no português brasileiro em contato com o vestfaliano e relaciona isso aos processos de manutenção e mudança dessa língua minoritária. Segundo a autora, a marcação glotal é mais frequente em áreas onde o vestfaliano é mais preservado. O trabalho de Leonardo Cerno e Maria Liz Benitez Almeida foca no estudo do contato linguístico entre espanhol e guarani nas reduções jesuíticas do Paraguai, descrevendo empréstimos do espanhol em manuscritos jesuíticos. Os autores analisam a presença de hispanismos nesses documentos, discutindo os domínios de uso do guarani e do espanhol, fatores de hispanização e motivações para a incorporação de empréstimos na comunidade linguística. Angélica Prediger, Renata Szczepaniak e Siegwalt Lindenfelser discutem aspectos editoriais, de conteúdo e morfossintáticos da preparação de cartas de emigrantes alemães à Argentina para um corpus de dados, conhecido como o corpus BriTa, que permite análises linguísticas detalhadas, tornando-as um objeto valioso de pesquisa na variação linguística. Myrna Estella Iachinski Mendes apresenta parte de sua tese sobre a vitalidade do polonês no sul do Brasil em contato com o português, com resultados que destacam a maior vitalidade do polonês em Cruz Machado – PR, em comparação com Descanso – SC, onde a língua está em processo de extinção. O trabalho também enfatiza a importância da promoção e revitalização do polonês como parte do patrimônio histórico e cultural do Brasil.
Lucas Löff Machado e Willian Radünz analisam a percepção da variação linguística em variedades locais de raiz alemã e variedades padrão em entrevistas com participantes de Alto Feliz e Nova Petrópolis, Rio Grande do Sul. O estudo revela tendências de autoidentificação dos falantes com as variedades locais e maior compreensão das variedades próximas às mesmas em comparação com as normas padronizadas. Anna Ladilova, Kristina Pröstler e Sina Keller estudam aspectos identitários dos Russos-Alemães na Alemanha, explorando também a relação deles com a sociedade alemã e refugiados. O texto de Neusa Phillipsen discute os resultados do seu projeto de pós-doutorado “Nos confins do Brasil, o que resta da língua de imigração alemã entre os descendentes de alemães em Mato Grosso”, analisando as percepções e atitudes dos falantes e descendentes de minorias descendentes de alemães em Sinop, Mato Grosso. Henry Daniel Lorencena Souza aborda o contato linguístico entre espanhol e português na fronteira Brasil/Uruguai através da análise da paisagem linguística, destacando a situação do português e o seu prestígio nas cidades fronteiriças Río Branco e Chuy. O estudo da paisagem linguística revela aspectos fundamentais da vitalidade da língua portuguesa nesses lugares. Peter Rosenberg compara ilhas linguísticas alemãs em situações de atrito linguístico no Brasil e na Rússia, analisando fatores de obsolescência linguística, influências dos contatos linguísticos locais e políticas linguísticas nacionais. O estudo de Fernanda von Mühlen traça um panorama do dialeto baixo-alemão Westfälisch, trazido por imigrantes alemães para o sul do Brasil no século XIX. Destaca-se a perda de falantes e as iniciativas de preservação da língua, como seu uso em nomes de produtos e empresas, bem como a cooficialização no município de Westfáliano Vale do Taquari. O artigo de Marcelo Jacó Krug e Cristiane Horst apresenta uma visão geral da situação linguística no oeste de Santa Catarina, com foco no bilinguismo local e nos contatos linguísticos. Com base nos dados do Atlas de Línguas em Contato na Fronteira (ALCF), destacamse questões relacionadas à substituição e manutenção de línguas minoritárias em contextos multilíngues, relacionadas a fatores como a criação de novos municípios e a chegada de pessoas que não falam a variedade local. A contribuição de Jussara Maria Habel apresenta um estudo da variedade de alemão falada por descendentes de hunsriqueanos, pomeranos e boêmios em diferentes localidades de Nova Petrópolis no Rio Grande do Sul, refletindo sobre processos de contatos linguísticos que resultaram em uma variedade no continuum entre o alemão padrão e o subpadrão, com influências do português local.
Göz Kaufmann analisa as práticas de nomeação entre os descendentes de imigrantes de língua alemã no sul do Brasil, enfocando sobrenomes e nomes de batismo e destacando as mudanças ao longo do tempo e as influências da adaptação à língua portuguesa. Inicialmente, os nomes de batismo foram adaptados ao português em relação à grafia e pronúncia; mais tarde, no entanto, muitos foram simplesmente substituídos por nomes brasileiros. Joachim Steffen analisa as primeiras amostras comentadas da língua mista do alemão e português no Sul do Brasil, publicadas no final do século XIX e mantidas no arquivo Hugo Schuchardt em Graz, e argumenta que os autores desses textos tinham uma atitude ambígua em relação ao contato linguístico, e não tão rígida e purista quanto poderia se esperar. O capítulo de Marcia Meurer analisa o contato linguístico intervarietal em Balsas, Maranhão, entre as variedades faladas por migrantes do Sul do Brasil e a língua local, destacando as mudanças nas variantes linguísticas e os significados sociais associados a essas mudanças. Ingrid Kuchenbecker e Katja Schnitzer apresentam dois projetos (realizados na Suíça e no Rio Grande do Sul) que promovem o multilinguismo na escola e integram as línguas maternas dos alunos em sala de aula. O capítulo de Erineu Foerste e Gerda Margit Schütz-Foerste discute a relação entre línguas, culturas e educação rural, com foco na formação de professores. Os autores destacam a importância da interculturalidade em comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas e pomeranas no Espírito Santo, na promoção da resistência cultural e diversidade linguística. Bernardo Kolling Limberger explora a interseção entre a psicolinguística e a dialetologia, focando no Hunsrückisch e no processamento bilíngue. O seu estudo investiga os efeitos do bilinguismo na cognição e no processamento de leitura entre falantes de Hunsrückisch, buscando contribuir para a compreensão da linguagem, bilinguismo e preservação de línguas minoritárias. Ingrid Finger discute a influência do contexto interacional no desempenho linguístico de bilíngues e destaca a importância de considerar os fatores sociolinguísticos e socioculturais na pesquisa sobre processamento linguístico e cognitivo em bilíngues e plurilíngues. Sofia Froehlich Kohl analisa o livro bilíngue Crônicas da Pronila/Pronila’s Chronicles, que visa à preservação do patrimônio linguístico e cultural da comunidade Hunsriqueana no Brasil. Explora as motivações da autora, Pronila Krug, na compilação das crônicas e na tradução para o Hunsrückisch, além de examinar as estratégias de tradução utilizadas. O capítulo final, de Karen Pupp Spinassé e Gerson Roberto Neumann, discute a importância da prática plurilíngue no Brasil, especialmente em relação à língua Hunsrückisch falada por descendentes de imigrantes alemães. Os autores apresentam e analisam um poema de Karl Hermann, publicado em 1925, que oferece uma representação escrita da fala do Hunsrückisch no Brasil.
Essa ampla gama de contribuições nos alegra muito e, do nosso ponto de vista, espelha muitos aspectos do extenso interesse e atuação de Cléo Vilson Altenhofen no campo da linguística.
Willian Radünz, Marcelo J. Krug, Lucas Löff Machado, Fernando Hélio Tavares, Claudia Wolff Pavan, Joachim Steffen
Tabula gratulatoria
Elisa Battisti
Maria Liz Benitez
Joachim Born
Antonio Carlos
Leonardo Cerno
Amanda Chofard
Orlando da Silva Azevedo
Vanderci de Andrade Aguilera
Elmar Eggert
Lukas Fiedler
Ingrid Finger
Erineu Foerste
Sofia Fröhlich Kohl
Jussara Maria Habel
David Paul Gerards
Fernando Hélio Tavares de Barros
Cristiane Horst
Konstanze Jungbluth
Göz Kaufmann
Sina Keller
Bernardo Kolling Limberger
Marcelo Krug
Ingrid Kuchenbecker
Sebastian Kürschner
Myrna Estella Lachinski Mendes
Anna Ladilova
Siegwalt Lindenfelser
Henry Daniel Lorencena Souza
Lucas Löff Machado
Benjamin Lucas Meisnitzer
Marcia Meurer
Rosângela Morello
Gilvan Müller
Katharina Müller
Gerson Neumann
Neusa Inês Philippsen
Dania Pinto Gonçalves
Angélica Prediger
Kristina Pröstler
Willian Radünz
Peter Rosenberg
Details
- Pages
- 542
- Publication Year
- 2025
- ISBN (PDF)
- 9783631912980
- ISBN (ePUB)
- 9783631912997
- ISBN (Hardcover)
- 9783631912973
- DOI
- 10.3726/b21465
- Open Access
- CC-BY
- Language
- German
- Publication date
- 2025 (October)
- Keywords
- Sprachvariation Sprachkontakt Migrationslinguistik Riograndenser Hunsrückisch Mehrsprachigkeit Einwanderersprachen in Südamerika
- Published
- Berlin, Bruxelles, Chennai, Lausanne, New York, Oxford, 2025. 542 S., 76 farb. Abb., 24 s/w Abb., 64 Tab.
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